Depressão e solidão: qual a relação?
Seja por falta de tempo em cultivar relações familiares e/ou de amizades, seja por falta de vontade ou coragem… independente do motivo, a verdade é que cultivar relações pode ser difícil para algumas pessoas, principalmente em grandes centros onde a correria do dia a dia pode tomar conta. Mas o que você ainda não sabe é que a solidão é tão prejudicial à saúde quanto o tabagismo ou o consumo de álcool em excesso.
Além disso, um estudo feito na Suécia comprovou que pessoas que vivem isoladamente possuem 80% a mais de chances de se tornarem depressivas – quando comparadas àquelas que vivem com amigos ou familiares, por exemplo. Se você gostaria de saber mais qual a relação entre depressão e solidão, confira o artigo que o Saúde em Pauta preparou, boa leitura!
De onde vem a solidão?
A solidão nada mais é do que uma reação emocional que surge quando há insatisfação com as atuais relações ou quando há a sensação de estar se sentindo só.
Vale ressaltar, entretanto, que solidão e isolamento são coisas distintas, pois solidão é a sensação de se sentir sozinho (a), enquanto o isolamento pode acontecer devido a situações adversas da vida, como uma mudança de cidade ou país, por exemplo.
A tecnologia também pode ser um fator responsável por aumentar a sensação de solidão, uma vez que os contatos passaram a ser cada vez menos frequentes e distantes. Não é incomum trocar um encontro por uma mensagem instantânea, trocar uma conversa na hora do almoço por navegar o feed das redes sociais e é cada vez mais importante reforçar a importância de nutrir relações sociais saudáveis, tanto para a saúde física, como para a saúde emocional e mental.
Ter bons relacionamentos é um dos grandes pilares para viver mais e, principalmente, viver mais feliz.
De onde vem a depressão?
A depressão é uma doença ocasionada por uma disfunção bioquímica no cérebro que altera alguns neurotransmissores, dentre eles: serotonina, dopamina e noradrenalina que são responsáveis por promover sensação de bem-estar às pessoas.
Mas é preciso ter em mente que a combinação de alguns fatores (e não apenas um isolado) pode ajudar a desencadear a doença, são eles:
- Vícios: qualquer vício ou hábito nocivo pode ser prejudicial, como vício em substâncias ilícitas, jogos, internet, etc. Esses tipos de vícios causam alterações cerebrais que proporcionam condições ideais para o desenvolvimento da doença;
- Sedentarismo: sim, a falta de exercícios físicos também pode contribuir para a depressão, isso porque são responsáveis por liberar hormônios e neurotransmissores como a endorfina, que promove sensação de bem-estar aos praticantes;
- Condições ambientais: situações traumáticas também podem gerar angústias em pessoas predispostas a desenvolverem a patologia, como por exemplo uma mudança muito brusca, a perda de um ente querido, a perda do emprego, entre outras situações que podem causar um sentimento de tristeza prolongado;
- Genética: pessoas cujos familiares de primeiro grau possuem quadros depressivos, possuem consideravelmente mais chances de desenvolverem depressão ao longo do tempo, uma vez que pode se tornar uma patologia hereditária;
- Temperamento: pessoas que possuem altos índices de neuroticismo (tendência a experimentar emoções negativas ao invés de positivas) também podem ser mais suscetíveis a desenvolverem quadros depressivos.
Conforme dito anteriormente, é bom ter em mente que a combinação destes ou mais fatores é que podem desenvolver a doença e não apenas um único fator isolado.
Quais os sintomas da depressão?
Agora que você já entendeu um pouco sobre a solidão e sobre a depressão, vamos entender quais os principais sintomas da depressão? Veja abaixo:
- Estado deprimido: desânimo e dificuldade em executar coisas que antes fazia com facilidade;
- Cansaço excessivo;
- Apatia e falta de motivação;
- Ansiedade, medo, insegurança;
- Falta de concentração;
- Dificuldade para dormir ou despertar precoce;
- Aumento do sono;
- Dores e outros sintomas físicos (que não podem ser justificados por diagnóstico médico);
- Culpa e sentimento de inutilidade;
- Baixa autoestima;
- Pensamentos recorrentes de suicídio e morte;
- Diminuição da libido e desempenho sexual;
- Entre outros sintomas.
É importante ressaltar a importância de ser diagnosticada (o) por um médico especialista, que é o psiquiatra e pode colaborar para um diagnóstico efetivo e preciso, assim como um tratamento adequado para a patologia.
Consequências da solidão à saúde
Apesar de não haver comprovação científica de causa e efeito, alguns estudos já demonstram que a solidão pode favorecer o surgimento de algumas patologias, como:
- Pressão alta: devido a falta de controle com a alimentação, consumo de alimentos com menor quantidade nutricional, etc;
- Alteração de açúcar no sangue: embora diabetes emocional não exista, a solidão pode tornar as pessoas mais propensas a desenvolverem diabetes tipo 2;
- Estresse e ansiedade: o sentimento de solidão sinaliza ao cérebro que o corpo está sob estresse;
- Depressão: pessoas que se sentem muito sozinhas, podem desenvolver depressão, uma vez que os sentimentos se relacionam com a sensação de vazio, abandono, falta de convívio social, etc;
- Insônia ou dificuldade para dormir: provavelmente por questões psicológicas, algumas pessoas sentem insônia ou dificuldade para dormir devido a sensação de abandono, insegurança, entre outras.
Para combater tais sintomas e deixar que o sentimento de solidão tome conta, é fundamental ter atitudes que aumentem o convívio social, como a prática de um novo hobby, adotar um animal e contar com o apoio de família e amigos, sempre que possível.
Como vencer a depressão e solidão?
Vencer a depressão e a solidão exigirá um esforço, mas é totalmente possível com a ajuda e comportamentos adequados, por exemplo:
- Sempre que possível, vá a lugares públicos, pois isso aumenta suas chances de conhecer novas pessoas e aumentar seu círculo social;
- Dê adeus às redes sociais por um tempo: a ideia de amigos nas redes sociais traz uma falsa ilusão da realidade e com o tempo pode aumentar a sensação de solidão;
- Seja positivo: tente driblar os pensamentos negativos e se manter positivo (a);
- Planeje seu futuro: planos futuros ocupam a mente;
- Procure não ficar sozinho (a): a vontade de se isolar-se pode ser frequente, mas procure driblá-la. Nesses momentos, o melhor remédio é procurar algum amigo (a) ou familiar para manter um diálogo e “colocar para fora” tudo que possa estar sentindo;
- Procure ajuda profissional: é clichê, mas é fundamental procurar ajuda médica, seja um psicólogo ou psiquiatra, eles te ajudarão a sair dessa fase e poderão indicar o melhor tratamento.
E por último, mas não menos importante: você não está sozinho (a)! Muita gente passa pelo mesmo problema e pode te ajudar a sair dessa e se livrar desse sentimento de solidão que sente, então procure por grupos de apoio, pois lá irá encontrar pessoas que passaram por situações semelhantes e poderão te aconselhar, acelerando sua recuperação. O importante é saber pedir ajuda!
Conclusão
A solidão e a depressão se assemelham, uma vez que a pessoa depressiva se sente muito sozinha. Mas nem sempre a solidão é um indício de depressão, por isso, hoje listamos os principais sintomas da doença e como vencê-los.
Além disso, vale dizer que a solidão também pode ser responsável por trazer outros problemas de saúde, por isso, é fundamental tentar aumentar o círculo social, ter atitudes positivas e encontrar pessoas com que possa compartilhar seus sentimentos, sem mencionar na importância de visitar um psicólogo ou psiquiatra que te ajudarão a encarar a patologia com algumas ferramentas que ajudarão a driblar esse sentimento de vazio e solidão. Gostou deste artigo? Deixe um comentário aqui embaixo, será um privilégio saber a sua opinião.
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